25 outubro, 2005

Biodiversidade pode ajudar a travar doenças...

"Cientistas dizem que biodiversidade pode ajudar a travar doenças como a sida e a gripe das aves"
25.10.2005 - Jornal PÚBLICO:

"Proteger melhor a biodiversidade do planeta poderá ajudar a travar o avanço de doenças como a sida, ébola ou a gripe das aves e poupar milhões de euros em cuidados de saúde, defenderam hoje os cientistas da organizaçãonão governamental Diversitas International.
A degradação da biodiversidade tem tornado os seres humanos mais expostos a novas doenças, originadas na natureza.

A biodiversidade não só encerra a possibilidade de novos medicamentos como funciona como barreira aos organismos e agentes causadores de doenças nos humanos”, acrescentaram numa declaração.
“Evitar o surgimento de doenças através da conservação da biodiversidade é, de longe, mais eficiente do ponto de vista económico do que desenvolver as vacinas que as vão combater no futuro”, consideraram.
Peter Daszak, cientista do Wildlife Trust, de Nova Iorque, salientou que “as novas doenças estão a causar uma crise na saúde pública”.
Os especialistas do Diversitas International, sediado em Paris, apelaram aos Governos para que definam políticas que protejam a biodiversidade, incluindo regulamentação mais apertada para o comércio, agricultura e viagens, para reduzir as hipóteses das doenças passarem da vida selvagem para os humanos.
“Não estamos a dizer que devemos trancar a natureza e deitar fora a chave”, advertiu Charles Perrings, biólogo da Universidade do Arizona. Mas os humanos deveriam ser mais cuidadosos e não desequilibrar a biodiversidade.
Perrings lembrou que as doenças sempre se espalharam da natureza para os humanos mas os riscos são agora mais elevados devido ao impacte crescente das populações humanas nos habitats.
“O valor dos serviços prestados pela natureza é desvalorizado”, lamentou Anne Larigauderie, directora executiva da Diversitas. A China, disse, tem de contratar pessoas em algumas regiões para polinizar os pomares porque o uso continuado de pesticidas matou as abelhas. “São precisas dez pessoas para fazer o trabalho de duas colmeias”, disse.
Notícia do Jornal Público
Fonte da notícia: Diversitas